segunda-feira, fevereiro 06, 2006

CHEGADA

Gostar de livros desde sempre, de os ler, mas também de os folhear e observar, mesmo quando estão quietos e fechados, levou ao resto: o interesse pelos processos de elaboração desse objecto que inunda paredes e rouba espaço em casa, mas que abre o mundo de maneira exemplar, de todas as maneiras possíveis. Daí à descoberta da tipografia foi um pulinho. Lembro-me bem das imagens dos enormes prelos de Guttenberg nos livros lá de casa, da visita de estudo às rotativas de A Capital (ainda no Bairro Alto) e, já no liceu, da descoberta da existência de um objecto a que chamavam ‘vietnamita’ e que seria usado para imprimir panfletos durante a época da nossa longa ditadura. Descobri mais tarde que diferentes correntes ideológicas dariam diferentes nomes a esse objecto que tentei reproduzir com pouco sucesso entre o 10º e o 12ºano, entre manifestações de estudantes, fechos de edição de um jornal-fanzine e outras descobertas que agora não vêm ao caso. Só mais tarde encontrei os primeiros livros sobre tipografia, por alturas das Edições Papel de Arroz (ali para os lados da Avenida de Berna) e foi mais tarde ainda que decidi começar a experimentar...