ACHADOS NA FEIRA DO LIVRO

Com muita frequência, o mais interessante da Feira do Livro não são as novidades da estação, mas os achados que se escondem por entre alfarrabistas e fundos de edição. Foi assim este ano, outra vez, com algumas descobertas interessantes nos escaparates menos visíveis e chamativos de algumas editoras, onde se guardam os livros editados há algum tempo (e que a voragem de rotatividade nas livrarias ditou que não interessam para nada) e várias antiguidades. Foi assim também na banca da Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, onde vários números da velha Prelo jaziam a preço mais do que baixo, à espera que alguém se interessasse por eles.



Artigos sobre o ensino das artes gráficas em Inglaterra, a evolução da escrita até à imprensa ou os modos de reduzir a poluição e a produção de detritos nas gráficas, preciosas informações sobre a correcção tipográfica, considerações futuristas sobre as tintas que haveriam de surgir (e aqui, o futuro era na década de oitenta do século passado) e marcas mais do que evidentes da passagem do tempo histórico - uma fotografia de Américo Tomás, impressa em jeito de gravura, a abrir a edição de Julho/Agosto de 1972, e o programa do Movimento das Forças Armadas a inaugurar o número de Abril/Maio de 1974.