sexta-feira, março 23, 2007

FALHA TÉCNICA

Ontem era o grande dia... A rama estava presa na máquina, já com a primeira página composta; os caracteres bem alinhados, os apertos bem colocados e tudo sem mexer um milímetro. A tinta foi batida como me ensinaram e colocada cuidadosamente no disco da Adana. Os rolos pareciam estar em bom estado e não havia nenhum motivo aparente para a coisa correr mal. Mas correu!

A impressão que consegui obter nunca foi homogénea, ficando sempre várias letras por imprimir em condições. Depois de verificar as várias coisas que poderiam não estar bem, cheguei à conclusão que talvez a vetusta idade da máquina que comprei não permita imprimir em condições. Os parafusos que ajudam a regular a posição do cofre (o sítio onde estão as letras) em relação à posição do papel não permitem grandes acertos, porque estão velhos e pouco precisos, e acho que dali não vai sair nada. Claro que vou voltar a tentar, assim que passar a mágoa de ter tido de desmanchar a primeira página que compus, lavar os tipos todos e o restante material, ficar com a pele das mãos seca de tanta tinta e detergente (sim, para a próxima vou usar luvas, mas o entusiasmo inicial é assim mesmo) e ficar a olhar para a máquina como se todos os males do mundo tivessem origem certeira naqueles parafusos velhos...

Mais notícias em breve, de preferência com mais ânimo.

terça-feira, março 13, 2007

PAPEL



Papel vermelho, vermelho rubro, poroso e com uma leve textura, para a primeira edição a sair das oficinas da Imprensa Quadratim.

quinta-feira, março 08, 2007

LAVAR OS TIPOS E NÂO SUJAR OS CANOS

Depois de várias pesquisas infrutíferas sobre a existência de um diluente ecológico que permitisse lavar os tipos depois de utilizados sem encher as canalizações com produtos químicos, a solução parece estar à vista: água muito quente, detergente da loiça e uma escova, firme mas macia, que não 'magoe' o olho das letras.

Da primeira experiência retiro algumas conclusões, que deixo registadas para memória futura:
- Tratar destes assuntos à noite não é nada prático. O tanque que tenho disponível para estes trabalhos fica na varanda, onde não há luz para além da que chega da cozinha. Tentar lavar tipos sem os deixar cair, sem me queimar e sem sujar tudo à minha volta é mais difícil do que parece.
- Um alguidar a servir de recipiente para a operação é uma péssima ideia (e ainda agora me fustigo por tê-la tido); amanhã será preciso arranjar um recipiente de metal, nem que seja um tacho!
- Uma pinça grande, que talvez encontre em farmácias que vendem material de laboratório, permitirá agarrar os tipos que estão dentro da água quente e escová-los sem ter de me arriscar a ficar com menos uma camada de epiderme nas mãos.
- Nunca confessar ao meu sobrinho, que é pequenino, que tive a brilhante ideia de fazer isto tudo quase às escuras e sem ter pensado na questão das queimaduras... ou não terei moral nenhuma para corroborar futuras explicações dos pais sobre a importância das questões de segurança quando ele tiver alguma ideia mais mirabolante (como pintar pedrinhas da praia introduzindo-as dentro de uma lata de tinta de óleo, e retirá-las depois com as mãos, como eu uma vez fiz, num dia de menos juízo...).