sexta-feira, fevereiro 24, 2006

ELOÍSA CARTONERA - UM EXEMPLO

Uma velha 'cartoneria' (tenho dúvidas sobre se a palavra remete para 'fábrica de cartão' ou para 'fábrica de reaproveitamento de cartão', mas vou investigar) argentina, com o sugestivo nome de No Hay Cuchillo Sin Rosas, é a sede de um dos projectos mais interessantes que alguma vez descobri nos meandros da internet. Operários da fábrica, gráficos e escritores cruzam ideias e projectos e editam livros cuja matéria prima é o cartão, comprado na rua a um preço justo para quem vive desse negócio. Para além disso, toda a gente envolvida na produção dos livros recebe o seu salário e participa sem entraves (hierárquicos ou outros) no projecto global da editora.

Vivesse eu na Argentina e não hesitaria em pedir à Eloísa Cartonera que me desse umas dicas... Vivendo em Lisboa, vou ficar-me pelo e-mail.

Os livros são lindíssimos e estão disponíveis na secção do 'Catálogo'.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

HOGARTH PRESS - UM EXEMPLO

Foi com esta chancela que Virginia Woolf e Leonard Woolf editaram, entre 1917 e 1932, mais de três dezenas de livros, próprios e de outros autores (T.S. Eliot ou Katherine Mansfield fazem parte da lista). Todos os livros eram compostos manualmente e impressos numa tipografia própria, com resultados como os que se podem ver aqui:


ROGER FRY
Twelve Original Woodcuts
1921


VIRGINIA WOOLF.
On Being Ill
1930

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

MUNDOS QUASE INACESSÍVEIS

Quando comecei a visitar tipografias em Lisboa percebi que as coisas corriam bem até ao momento em que eu me mostrava interessada em 'pôr a mão na massa'. Até aí, só simpatia e disponibilidade para falar das máquinas, dos tipos, dos modos de trabalhar; a partir daí, havia sempre alguma hesitação no modo de falar. Na altura, pensei que isso se devia ao medo da concorrência, e tratei sempre de explicar que a minha intenção era aprender, não era montar uma casa de impressão comercial. Mais tarde comecei a desconfiar que o problema se devia ao facto de eu ser uma mulher e confirmei a desconfiança quando li Oficinas e Tipógrafos - cultura e quotidianos de trabalho, de Susana Durão (Publicações D. Quixote, 2003). Ainda assim, nem tudo têm sido dificuldades e há quem vá ensinando algumas técnicas com a vontade típica de quem gosta do que faz e não quer que o ofício se perca.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

TIPOGRAFIA NA REDE

Para começar, a Wikipedia parece um bom ponto de partida. A entrada dedicada à tipografia está alojada aqui e permite partir para outras descobertas (famílias tipográficas, tipógrafos famosos, etc).

Ainda na internet, o Jorge Bacelar, professor na UBI e agitador nos Marretas, tem dois textos disponíveis sobre tipografia (aqui) e sobre design gráfico (aqui).

Nos próximos dias, mais referências virão.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

LIVROS
O meu amigo Ventilan, igualmente interessado nestas coisas dos tipos (e noutras coisas interessantes), mandou algumas imagens para a Imprensa Quadratim. Hoje deixo aqui as que se referem a livros sobre tipografia:





Obrigada, Pedro :)

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A VERDADEIRA PROPORÇÃO



Geofroy Tory
Champ Fleury - Art et Science de la Vraie Proportion des Lettres
Bibliothèque de l'Image, 1998

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

MEMÓRIA GRÁFICA

Assim se chama o projecto-escola (Typographia Escola de Gravura - como se lê no ex-libris da Memória Gráfica) que, desde 1999, junta o ensino das artes gráficas à intervenção social, permitindo o desenvolvimento de ateliers e projectos vários no estado brasileiro de Minas Gerais.

“MEMÓRIA GRÁFICA” nasceu da iniciativa de um grupo de artistas e gravadores mineiros que ao saber da desativação da gráfica da extinta FEBEM ( Fundação para o Bem Estar do Menor) se mobilizou visando resgatar a cidadania de adolescentes vulnerabilizados e a memória gráfica mineira utilizando as artes gráficas como meio desta conquista.

Vai juntar-se à ainda pequena lista de links.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

VISITAS



Tipografia Vitória (Dezembro 2005)
Rua dos Caldeireiros, Porto
Segundo informações do senhor que me recebeu, a Tipografia Vitória funciona há mais de um século.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

BODONI


João Bicker (ed.)
Manual Tipográfico de Giambattista Bodoni
Coimbra, Almedina, 2001

"A ideia de Belo não se deve confundir, de forma alguma, com as ideias de Bom e de Útil. São, apesar disso, três diversos aspectos de uma mesma coisa, vista de três pontos diferentes. A impressão de um bom livro é tanto mais proveitosa quanto mais leitores atrair, quanto mais leituras suscitar, quanto maior for o prazer de quem lê, e quanto maior for a rapidez de quem o faz." (p.57)

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

RECURSOS

Enquanto a Imprensa Quadratim não sai da fase das experiências com letras de madeira improvisadas e enquanto os tipos que persigo há tanto tempo não aparecem, este espaço irá sendo preenchido com descobertas bibliográficas e ‘internéticas’, e com trocas de experiências, se por aqui aparecer mais alguém...
IMPRENSA QUADRATIM

É claro que a Hogarth Press, de Virgínia Woolf, andou por aqui a pairar quando comecei a juntar os elementos para esta espécie de ‘imprensa caseira’ ainda em construção. Os mails trocados com o Mike Willshire-Jacobs, da Cockleshell Press, também contaram muito: foi ele que insistiu, depois de saber que eu tinha comprado uma antiga Minerva de mesa, para que desse um nome ao meu canto tipográfico, à minha ‘press miniatura’, mesmo que ainda não estivesse pronta para funcionar em pleno (e continua a não estar...). Assim fiz e assim surgiu a Imprensa Quadratim, em homenagem aos espaços em branco e à fonética de uma palavra tão redonda.
CHEGADA

Gostar de livros desde sempre, de os ler, mas também de os folhear e observar, mesmo quando estão quietos e fechados, levou ao resto: o interesse pelos processos de elaboração desse objecto que inunda paredes e rouba espaço em casa, mas que abre o mundo de maneira exemplar, de todas as maneiras possíveis. Daí à descoberta da tipografia foi um pulinho. Lembro-me bem das imagens dos enormes prelos de Guttenberg nos livros lá de casa, da visita de estudo às rotativas de A Capital (ainda no Bairro Alto) e, já no liceu, da descoberta da existência de um objecto a que chamavam ‘vietnamita’ e que seria usado para imprimir panfletos durante a época da nossa longa ditadura. Descobri mais tarde que diferentes correntes ideológicas dariam diferentes nomes a esse objecto que tentei reproduzir com pouco sucesso entre o 10º e o 12ºano, entre manifestações de estudantes, fechos de edição de um jornal-fanzine e outras descobertas que agora não vêm ao caso. Só mais tarde encontrei os primeiros livros sobre tipografia, por alturas das Edições Papel de Arroz (ali para os lados da Avenida de Berna) e foi mais tarde ainda que decidi começar a experimentar...
CHEGAR...
...só para ver se está tudo a funcionar.